Acreditamos estar na riqueza da diversidade o maior mérito desta coletânea proposta na Oficina de Escrita Etnográfica, que foi inspirada nos modelos de oficinas de criação literária. Se tivéssemos que escolher uma palavra para qualificar tanto os autores quanto as histórias aqui contadas, esta seria diversidade.
“A escrita ocupa um lugar essencial na Antropologia. Mais do que um meio expressivo, é nela que o empírico e o teórico, a memória e a experiência, e os discursos e as práticas se encontram na construção do conhecimento. Escrever é um modo de criar mundos. E quanto mais a disciplina se compromete com a valorização da multiplicidade, mais o exercício da escrita etnográfica se torna fundamental na formação antropológica. Esse é o legado que a Oficina de Escrita Etnográfica construiu no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e que agora se torna disponível para um público mais amplo por meio destas Crônicas Etnográficas.”
Jean Segata
“Mas nem o trio assunto, linguagem e leitor basta para entender o quadro geral que se inscreve na alma de qualquer texto. Deve entrar em cena o sujeito que escreve. Que conhece o assunto, que lida com a linguagem, que estima o leitor que seu texto busca. Esse sujeito carrega marcas, viveu experiências, conheceu pessoas, soube e deixou de saber, entendeu e não entendeu.
O sensacional conjunto de textos que se acomodam entre as capas deste livro é uma linda amostra disso. Cada um deles e todos eles foram pensados, escritos, depois lidos e debatidos em condições excepcionalmente interessantes, uma oficina de produção de textos etnográficos.”
Luís Augusto Fischer