“Com uma construção simples – e aí, por ventura, sua grande qualidade – e com um estilo fortemente individuado, Angela inaugura mundos inquietantes, porque iluminados por olhos de uma mulher-criança. E eu saio correndo, sorrindo e colorindo/ E esta criança eterna habita dentro de mim. É justamente essa a singularidade de seus poemas ao evidenciar sentidos imprevistos, capazes de surpreender novos sentidos na interiorização humana, ao fazer da infância, do sonho, do amor e da cor os seus temas recorrentes.” (Jane Tutikian)
“Angela Wyse é uma das mais conhecidas neurocientistas do Brasil, e, como verão neste livro, também uma de suas mais delicadas e talentosas poetas. Que há em comum entre uma e outra atividade? Sem dúvida, principalmente a busca da beleza. A ciência, talvez especialmente a neurociência, envolve ou consiste em uma procura incessante da beleza. Ninguém faz ciência porque acha feio, nem persistiria como os cientistas costumamos fazer até o desespero, se não a achássemos de uma beleza excepcional.” (Ivan Izquierdo)
A palavra grega Ággelos, que significa mensageiro, derivou da palavra em latim, Angelus, que significa anjo. Se nomes condicionam destinos, como queria Moacyr Scliar, a tese encontra nessa poeta sua confirmação. Eram duas crianças vendendo balas no sinal. Balas, que, por direito natural, deveriam alegrar sua infância. Convencida de que não se tratava apenas de comprá-las, Angela Wyse teve a ideia. Apresentou-a a seus alunos de mestrado e doutorado e juntou a equipe. Em oficinas oferecidas a escolas, em geral públicas e de periferia, o grupo estimulou o gosto pelas ciências. As duplas hélices do DNA foram feitas de balas de goma. No seu caso, parece que a vocação do nome está sempre se confirmando. Neste livro, cuja capa é ilustrada pelas balas em forma de DNA, a outra vocação, das letras, também se apresenta. E ela vai dizer: A criança dança e se encanta em poder sonhar. Eis aqui um convite à leitura dos seus angelicais versos.